vê se trago pru meu lado de novo a emoção
que perdi ainda moço quando deixei meu sertão
eu cantava em prosa a vida em versos a ilusão
.
meu corpo ficou tão frio e meu coração é de aço
um animal sem cio, sem trato e sem pasto
já não sei como voltar e ver noite com luar, viola e canção
uma brisa a me alisar o corpo a descançar, depois um sonho bom
.
na rua sou clandestino, em casa sou solidão
um braço produz dobrado outro paga a prestação
me vendi pra um destino sem sentido , sem razão
escravo especializado sem poder de criação
.
minha boca é um rio sêco, meu olhar tanta boiada
minha língua é morte á mingua, minha mão essa invernada
já nem sei se sei cantar, só sei que prá chorar me basta um baião
como dói nunca voltar a ser simples prá se dar e viver sem ambição
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