eu vivesse mudo sob um ninho emprestado
que nem cabe as asas da minha vontade
e muito menos esse corpo doido e cansado
-nessa sensação de despejo eminente
até meu verso anda zangado
como se já tivesse com todos brigado
.
e ele alí debruçado na gaveta
como se fosse uma janela antiga
fica vendo a vida enganando a vida
vê o mundo decadente e sem graça
vê que não tem emoções prá passar à limpo
- e não tendo mais pressa nem dia e nem hora
vai engolindo atravessado seu tempo
como se engole uma forte cachaça
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